11 de maio de 2015

Giro d’Italia 2015: Prévia, parte 2 e TTT

Continuando a prévia do Giro d’Italia 2015, retomada dos favoritos, o que ver (e o que não ver) e o Team Time Trial de sábado. A parte 1 recapitulou a temporada até a chegada dos Grand Tours.

Favoritos: Alberto Contador (Tinkoff-Saxo) e Richie Porte (Sky)

Fora da curva: Rigoberto Urán (Etixx-Quick Step), Fabio Aru (Astana) e Domenico Pozzovivo (AG2R La Mondiale). Atualização após a 3ª etapa: Pozzovivo tem sorte de sua vida não estar mais em risco, segundo a própria equipe, após a queda - imagens fortes.

Mais fora da curva: Jurgen van den Broeck (Lotto Soudal), Ryder Hesjedal (Cannondale-Garmin), Benat Intxausti (Movistar) e Przemyslaw Niemiec (Lampre-Merida)

Se a maglia rosa não sair de um dos 5 primeiros já é surpresa. Pelos resultados de 2015, Porte até deveria ser “o” favorito, à frente de Contador. A balança pesa pro lado do espanhol pela experiência, individual e da equipe. O australiano, que estava escalado pra liderar os britânicos há um ano e ficou doente antes do Giro, entra como líder da equipe pela 1ª vez em um GT. A equipe montada tem experiência, como o bielorrusso Vasil Kiryienka, mas também “novato” em equipe grande, como o tcheco Leopold Konig. Pela equipe russa, o italiano Ivan Basso, o tcheco Roman Kreuziger, o australiano Michael Rogers e o português Sérgio Paulinho dispensam apresentações para “carregar” Contador até Milão.


No trio que vem em seguida, Urán tem a credencial de bivice 2013-14 e um percurso menos montanhoso a seu favor. Corre pra aguentar o início e ir de all-in no TT da 14 ª etapa, cujo percurso o colombiano disse ter adorado. Aru também deve ser lembrado pelo pódio em 2014 e, diferentemente do colombiano, precisa das montanhas. A diferença é que este ano já vai estar marcado, não é mais um desconhecido. É preciso que a maior esperança italiana deixe fora da estrada o momento complicado da Astana, ainda ameaçada de ter a licença para o circuito cassada pela UCI por causa de doping. Pozzovivo é a segunda e última aposta dos italianos e vem de bons resultados em 2015.


No resto, Hesjedal tem equipe pouco experiente. Intxausti deve ser considerado apenas porque a Movistar precisa de alguém – e alguém tem a chance de aparecer sem Nairo Quintana e Alejandro Valverde, de olho no Tour de France. Niemiec parece recuperado e próximo da melhor forma e a Lampre tem outra frente de ataque com o italiano Diego Ulissi pra ganhar etapas. Os sprints devem ser mornos, sem Mark Cavendish, Marcel Kittel e Peter Sagan. A Orica GreenEDGE já adiantou que o foco é ganhar etapas (começou bem com o TTT) e a BMC Racing quer colocar o italiano Damiano Caruso no top 10 da GC.


1ª Etapa, 09 de maio – TTT de 17,6km (perfil)
A equipe australiana já fez o que se propôs, repetindo o forte início de 2014. Para a GC, o vencedor foi Contador, já que a Tinkoff-Saxo ficou em 2º lugar. O espanhol larga com 6s de Aru, 12s de Urán, 14s de alguém da Movistar e bons 20s de Porte. Pozzovivo já sai com desastrosos 41s atrás de Contador.


A rota a ser cumprida é mais suave que anos anteriores. Tem menos finais em subida do que 2014 (6 contra 9) e menos montanhas das categorias HC, 1 e 2 dos últimos 10 anos, em um total de 18 escaladas das mais difíceis. As etapas planas, que não decidem GC, ainda sofrem o desfalque dos maiores sprintistas. Assim, serão ignoradas a seguir, na indicação de quando perder tempo assistindo.

5ª Etapa, 13 de maio (quarta-feira) – 152km (perfil)
Uma montanha 3 e chegada na categoria 2, que deve servir de aquecimento pra 2ª semana.

8ª Etapa, 16 de maio (sábado) – 186km (perfil)
1º dia de escaladas deve ver ataques. Uma montanha 2 e chegada na categoria 1. O final tem 13km de subida a 6,9%, mas termina em uma curta descida depois do cume. Os 264km(!!) percorridos no dia anterior podem pesar.

9ª Etapa, 17 de maio (domingo) – 215km (perfil)
Etapa perigosa em função do cansaço acumulado às vésperas do 1º dia de descanso. O percurso não tem grandes desafios, com duas montanhas de categoria 2 e uma 1.

14ª Etapa, 23 de maio (sábado) – 59,4km (perfil)
Um TT praticamente todo em subida, muito leve nos primeiros 30km, uma elevação na segunda parcial seguida de descida e o mesmo no final do dia. A maior aposta de Urán, principalmente contra Contador – e até Porte. Em 2014, o colombiano assumiu a maglia rosa depois de um TT de 41,9km, em que colocou 1min17s do 2º colocado.


15ª Etapa, 24 de maio (domingo) – 165km (perfil)
Chegada no emblemático topo Madonna di Campiglio. Um dos dias mais promissores, com duas escaladas de categoria 1 nos últimos 40km (quase 24km serão ascendentes).

16ª Etapa, 26 de maio (terça-feira) – 174km (perfil)
Não tem o charme (e a emoção) de chegar em uma subida difícil – termina em categoria 3. Mas larga já com 13km de subida, passa pela segunda categoria 2 e o imponente Passo del Mortirolo (1). Nele, são 11,8km a 10,9%, com trechos que chegam a 18%.

19ª Etapa, 29 de maio (sexta-feira) – 236km (perfil)
Depois de dois dias relativamente tranquilos, a 2ª etapa mais longa do Giro reserva 3 montanhas de categoria 1 para os últimos 80km (quase 53km de subida). Parece suficiente.

20ª etapa, 30 de maio (sábado) – 196km (perfil)
O Cimma Coppi ficou para a penúltima montanha do penúltimo dia. Os 18,5km de subida levam aos 2.178m acima do nível do mar no Colle dele Finestre. Se a GC ainda estiver em jogo, terá um final muito digno antes da burocracia até a Expo Milano 2015 no dia seguinte.

A conferir.